Courier de l'Égypte - Novos combates entre Tailândia e Camboja deixam cinco mortos

Novos combates entre Tailândia e Camboja deixam cinco mortos
Novos combates entre Tailândia e Camboja deixam cinco mortos / foto: STR - AFP

Novos combates entre Tailândia e Camboja deixam cinco mortos

A Tailândia efetuou ataques aéreos nesta segunda-feira (8) na fronteira com o Camboja, novos confrontos entre os vizinhos que deixaram um soldado tailandês e quatro civis cambojanos mortos, segundo fontes dos dois países.

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As duas nações do sudeste asiático, com disputas fronteiriças de várias décadas, protagonizaram um conflito de cinco dias em julho que terminou com 43 mortos e quase 300.000 deslocados antes da entrada em vigor de uma trégua.

O cessar-fogo foi ratificado em um acordo no final de outubro, impulsionado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas suspenso pela Tailândia após algumas semanas devido à explosão de uma mina que feriu vários soldados.

Desde então, as duas partes relataram confrontos esporádicos na fronteira que se intensificaram no domingo e na segunda-feira.

O ministro da Informação do Camboja, Neth Pheaktra, afirmou que quatro civis morreram e 10 ficaram feridos em ataques tailandeses nas províncias de Oddar Meanchey e Preah Vihear.

O conflito provocou a fuga de milhares de civis dos dois lados da fronteira.

"O vilarejo nos pediu para sair e, com o que aconteceu em julho, obedeci imediatamente", declarou a tailandesa Tannarat Woratham, 59 anos, que abandonou sua casa no domingo a poucos quilômetros da fronteira com o Camboja.

"Muitos pensaram que o conflito havia terminado. Não deveria ter acontecido novamente", lamentou.

A disputa envolve uma divergência de mais de um século sobre as fronteiras traçadas durante o domínio colonial francês na região. Os dois países reivindicam a soberania sobre vários templos antigos na região limítrofe.

- "Ciclos de confronto" -

Após pequenos confrontos na fronteira no domingo, o porta-voz do Exército tailandês anunciou nesta segunda-feira a execução de ataques aéreos contra alvos militares do país vizinho.

"Os ataques são de alta precisão e visam somente alvos militares ao longo da linha fronteiriça, sem impactar civis", afirmou Winthai Suvaree em um comunicado.

Segundo o porta-voz, a ação foi uma resposta a ataques com armas de fogo das forças cambojanas que deixaram "um soldado morto e quatro feridos".

Por sua vez, a porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Maly Socheata, denunciou ataques de Bangcoc na manhã de segunda-feira em Preah Vihear e Oddar Meanchey e afirmou que as forças de Phnom Penh não responderam.

A porta-voz denunciou que um caça F-16 tailandês atacou as unidades cambojanas em Preah Vihear.

O Exército da Tailândia acusou as tropas vizinhas de disparar foguetes BM-21 contra áreas civis na província de Buri Ram, mas não relatou vítimas.

Em julho, o cessar-fogo foi alcançado com a mediação dos Estados Unidos, China e Malásia, este último país na qualidade de presidente da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

O primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, pediu às partes que interrompam os combates e recorram à diplomacia.

"Nossa região não pode se permitir que disputas antigas se transformem em ciclos de confronto", afirmou Anwar em um comunicado.

Contudo, ao ser questionado sobre uma possível intervenção de Trump e sobre o apelo de Anwar, o primeiro-ministro tailandês Anutin Charnvirakul respondeu que ninguém deve dizer ao seu país para "agir com moderação ou parar".

"Já passamos desse ponto há muito tempo", insistiu o chefe de Governo. "Se querem que as coisas parem, digam ao agressor que pare", acrescentou.

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