

Defesa Civil de Gaza reporta 40 mortos em operações israelenses
A Defesa Civil de Gaza relatou 40 mortos neste sábado (26) em ataques e por disparos israelenses no território palestino sitiado, devastado por mais de 21 meses de guerra.
Segundo Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil, nove palestinos morreram em três ataques aéreos que atingiram a Cidade de Gaza, no norte do território ameaçado pela fome.
Outras 13 pessoas foram mortas em cinco ataques perto de Khan Yunis, no sul, incluindo oito em um campo de deslocados em Al Mawasi, acrescentou Bassal.
Um ataque com drones também matou duas pessoas no campo de Nuseirat, no centro de Gaza.
O porta-voz relatou ainda que 14 pessoas morreram por disparos israelenses enquanto esperavam ajuda humanitária, em seis incidentes no norte, centro e sul.
Uma delas morreu depois que as forças israelenses abriram fogo contra um grupo de civis reunidos ao noroeste da Cidade de Gaza, segundo a Defesa Civil.
Testemunhas afirmaram à AFP que milhares haviam se reunido no local para receber alimentos.
Um deles, Abu Samir Hamoudeh, de 42 anos, contou que o Exército israelense abriu fogo "quando as pessoas tentaram se aproximar do ponto de distribuição", localizado perto de um posto militar.
Questionado pela AFP sobre o incidente, os militares israelenses declararam que suas tropas dispararam "tiros de advertência para afastar a multidão" após identificar uma "ameaça imediata".
Acrescentaram que não tinha conhecimento de vítimas como resultado de sua operação.
Entretanto, em um comunicado, afirmaram que continuavam suas operações em Gaza e que haviam abatido membros de uma "célula terrorista que colocou um artefato explosivo contra soldados".
Nas últimas 24 horas, "a Força Aérea atacou mais de 100 alvos terroristas na Faixa de Gaza", segundo o comunicado.
De acordo com Bassal, os socorristas recuperaram os corpos de 12 pessoas entre os escombros na manhã deste sábado, na região de Morag, ao norte de Rafah (sul), falecidas em um ataque aéreo israelense na noite de sexta-feira.
Ele explicou que esta operação foi realizada em coordenação com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha).
As restrições impostas aos meios de comunicação por Israel, que cerca Gaza desde o início da guerra, e a dificuldade de acesso a várias áreas impedem a AFP de verificar de forma independente os relatórios das diferentes partes.
A guerra na Faixa de Gaza estourou após o ataque sem precedentes do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que provocou uma campanha que levou à morte de 1.219 pessoas do lado israelense, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP, baseada em dados oficiais.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que deixou pelo menos 59.676 mortos, majoritariamente civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
J.Yaser--CdE