Courier de l'Égypte - Pedro Sánchez afirma que desconhecia suposta corrupção do dirigente socialista espanhol que renunciou

Pedro Sánchez afirma que desconhecia suposta corrupção do dirigente socialista espanhol que renunciou
Pedro Sánchez afirma que desconhecia suposta corrupção do dirigente socialista espanhol que renunciou / foto: Óscar del Pozo - AFP

Pedro Sánchez afirma que desconhecia suposta corrupção do dirigente socialista espanhol que renunciou

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, descartou nesta quinta-feira (12) renunciar e convocar eleições, como exige a oposição, após a renúncia do número três de seu Partido Socialista devido a um escândalo de corrupção — um dos casos que enfraquecem o governo de esquerda.

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"Quero pedir perdão porque até esta manhã eu estava convencido da integridade de Santos Cerdán", afirmou Sánchez em entrevista coletiva, poucos momentos depois de o secretário de Organização socialista renunciar ao partido e à sua cadeira como deputado no Congresso dos Deputados.

Sánchez afirmou que, embora "não soubesse absolutamente nada" sobre as supostas irregularidades até esta quinta-feira, jamais deveria ter "confiado" em Cerdán, um socialista muito próximo dele há anos e que desempenhou tarefas importantes, como negociar na Suíça com o independentista catalão Carles Puigdemont o apoio vital de seu partido ao governo minoritário no Parlamento.

Ainda assim, Sánchez, no poder desde 2018, descartou a convocação de eleições antecipadas, alegando que este caso "não afeta o governo da Espanha, mas apenas o partido".

Cerdán, que no organograma do partido estava abaixo apenas de Sánchez e da vice-presidente do governo e ministra da Fazenda, María Jesús Montero, renunciou depois que, nesta quinta-feira, um juiz do Tribunal Supremo revelou um relatório policial que mostra "indícios consistentes sobre a possível participação" do socialista "em uma adjudicação indevida" de contratos públicos em troca de dinheiro.

Trata-se do caso que está sendo investigado envolvendo o ex-ministro e ex-braço direito de Sánchez, José Luis Ábalos, e seu assessor próximo, Koldo García.

Ábalos, influente ex-ministro dos Transportes entre 2018 e 2021, que foi expulso do PSOE quando o escândalo veio à tona no ano passado, é suspeito de cometer crimes de integração em organização criminosa, tráfico de influência, suborno e desvio de fundos por ter obtido dinheiro por contratos adjudicados durante a pandemia de covid.

Santos Cerdán foi convocado a depor perante o juiz do Supremo em 25 de junho, quando afirmou que oferecerá "todas as explicações pertinentes para demonstrar" sua inocência.

Esse caso é um verdadeiro incômodo para Sánchez, cujo entorno enfrenta vários processos judiciais abertos.

A esposa de Sánchez, Begoña Gómez, está sendo investigada por suposta corrupção e tráfico de influência; seu irmão, David Sánchez, será julgado por suposto tráfico de influência por sua contratação em uma instituição pública; e o procurador-geral, nomeado pelo governo, está a um passo de se sentar no banco dos réus por vazar documentos judiciais contra a oposição.

- "Trama mafiosa" -

O principal partido da oposição, o Partido Popular (PP, de direita), atacou nesta quinta-feira Sánchez, a quem exigiu "explicações, renúncias" e a convocação de eleições.

Os deputados do PP receberam Cerdán nesta quinta-feira no Congresso com gritos de "renúncia".

"O senhor Sánchez tem que renunciar já", exigiu mais tarde o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, em entrevista coletiva, qualificando as explicações do socialista de "insuficientes e decepcionantes".

"Se não o fizer por vontade própria, estão aí seus sócios", que sustentam o governo — entre eles o partido de extrema esquerda Sumar. "Eles têm que decidir se também querem continuar sendo cúmplices", acrescentou.

O ministro da Cultura, Ernest Urtasun, membro do Sumar, já havia solicitado durante o dia, "como primeira medida", que os socialistas afastassem Cerdán do partido e do Congresso.

"Nesses casos, a cidadania nos exige contundência. Nos exige que sejamos absolutamente claros na luta contra a corrupção (...) A maioria progressista deste país temos que cuidar dela", declarou aos jornalistas.

O Junts per Catalunya, partido do independentista Carles Puigdemont, cujo apoio parlamentar foi fundamental para a última investidura de Sánchez, pediu, por sua vez, uma "reunião urgente" com os socialistas para avaliar a "viabilidade" da legislatura após os fatos revelados nesta quinta-feira.

D.Sami--CdE